07 agosto 2009

4 horas da manhã

Sobre posturas e tal e afins que temos diante de algumas coisas. Sobre isso que escreverei hoje. Meus dedos percorrem o teclado e minha mente divaga. Divaga num papo-cabeça que estava tendo com minha amiga Emanuelle. Onde ela afirmou com todas as letras que ela sabe que eu tenho uma postura falsa para me proteger. Sempre passei essa imagem de alguém auto-suficiente onde não se precisa de ninguém. Posso abrir minha porta sozinha, puxar a cadeira eu mesma, acender meu próprio cigarro, sem precisar de alguém para fazer isso por mim. Mas nunca deixei transparecer que precisava muito daquele abraço quando estava triste, na verdade nem deixei transparecer que estava triste. É eu sei que sou malcriada, agressiva e inconstante, mandona, geniosa e irritável, entretanto há algumas coisas e pessoas que tem o poder de me deixar doce e digo até me domar. Mas isso nunca é dito e nem mostrado. As pessoas que me entrego inteira sem mascara de proteção são as pessoas que me conhecem muito bem, daí fingir para elas, seria um erro mortal. Eles sabem como é fácil me quebrar, um simples toque pode me estilhaçar, no entanto sei fingir bem para que o resto do mundo não descubra isso. Todo mundo pode ver que tais erros são para esconder minha santidade. Sou errada quando me fecho e quando me mostro blazé. Sou errada eu sei e confesso neste post meio nada ver. Mas existem outras coisas a confessar, coisas que ainda doem e coisas que não passaram. Existem muitas coisas que ainda são, mas eu escondo que não são nada mais. Hoje, depois da terceira cerveja num boteco qualquer, confessei ainda gosto e muito dele e isso doeu e eu fingi novamente que não me perturbava mais. Pronto passou, mais um cigarro acesso e mais um copo de cerveja. Ficou tudo nebulosamente bem. Já chorei, pensei que morreria. Já passou. Já voltei a usar a mascara que uso sempre. Então no silêncio costumeiro eu voltei a te falar: – quieto, vá embora. E eu fiquei onde estou e sempre estive aqui. Nada como um lapso para algumas coisas voltarem. Ainda bem que sei que não há nada melhor que mais uma cerveja para esquecer. Enquanto bebo digo em voz alta: – Se apaixonar? É para os fracos. Porque obviamente vou esconder que tu me dilaceras aos poucos. E a festa segue.

7 comentários:

Dê Longhi disse...

"É eu sei que sou malcriada, agressiva e inconstante, mandona, geniosa e irritável, entretanto há algumas coisas e pessoas que tem o poder de me deixar doce e digo até me domar. Mas isso nunca é dito e nem mostrado." e por uma estranha mania as pessoas acham que somos diferentes, até que amamos tanto, que não conseguimos mais esconder quem somos... dai vem a dúvida de como queremos realmente ser!?
AMEIIIIII!!!

Bjs bjsss

Lorenzo Tozzi Evola disse...

pois que não há dor passional tão intensa que a loucura não cure, nem imersão tão grande na loucura que se esqueça do amor.

:*

Emanuelle Neis disse...

Não preciso comentar mais nada né?
perfeito, profundo...

Lorenzo Tozzi Evola disse...

escrevo pensando em histórias, sempre. :)

*:

Michelle Lima disse...

Amei!
E repensei toda essa semana, graças a ti.

Anônimo disse...

eeei! essa sou eeu!!! hahaha esse lance de se mostrar forte, mas no fundo ser fragil.. sou mt assim..

Larissa Rosevics disse...

O pior é quanto o que bate no peito é tão forte, que não consigo não ser frágil, e me despedaço por ele.
Mto verdadeiro teu texto!