24 julho 2009

Final

E a menina bonequinha sentia saudades do seu menino rockeirinho. Não mais seu, ela sabia. Beijos só eram acenados ao longe. E aquela balançadinha de sempre...
Passava quase imperceptível agora. Outrora era quase um terremoto dentro de si. O menino ainda era responsável por todos os seus versos.
Ela sabia bem disso. Cada letra das suas poesias era inspirada nele. A desinteligência da saudade fazia aumentar as rimas. A clave por vez achada se encontrava perdida novamente. O riso e a música não se faziam mais presente na vida da menina. O garoto dos cabelos bagunçados continuava a tocar.
Suas melodias se tornaram melancólicas. Ele sentia falta do afago, do afeto...
Das mãos da menina percorrendo seus cabelos. As poesias ditas no ouvido entre um beijo e outro não eram mais ouvidas. Tudo findou. Promessas feitas no amanhecer não foram cumpridas. E agora nada resta, além de versos e desafetos. Não há mais meu amor, não há mais nós. Só há tu e eu. E um aceno de adeus. Há sempre versos, mesmo que acabe!

5 comentários:

Emanuelle Neis disse...

Chorei...

Lorenzo Tozzi Evola disse...

deve-se olhar para seu poema como um exemplo de que nem sempre o amor é lindo como outros poemas, até mesmo seus próprios, mostram.

não transformemos, no entanto, a exceção em regra; até porque não estamos lidando com algo estável. um beijo!

Larissa Rosevics disse...

Você não imagina como me identifiquei com seu texto. Vivo, com meu menino rockeirinho, todos os momentos que descreves e temo pelo fim que tu apontas. Foi quase como ler a um Oráculo. Saio daqui esperando que não se torne verdade!

Lindo!

Dona ervilha disse...

Sim, há sempre os versos... que tristes, parecem ser mais bonitos...
GOstei do teu blog.

Michelle Lima disse...

Chorei também.